Durante e depois da pandemia, os profissionais de Educação foram chamados a se reinventar e se qualificar para desafios de aprendizagem e socioemocionais, seus e dos alunos. Esse debate se tornou ainda mais urgente com questões como a precarização do diálogo, a desinformação e a violência, que também chegaram às escolas. Atuar de maneira consciente e consistente diante desse cenário é essencial, e exige formação e qualificação por parte de professores, orientadores e coordenadores.

De acordo com a professora doutora em Educação pela Unimep, Maura Bolfer, a ferramenta do projeto de vida, muito discutida no currículo do Ensino Médio, também é interessante para a formação dos profissionais da área, para refletir sobre sua atuação e sua carreira, estruturando-as de maneira intencional.

Para documentar é necessário acolher, simultaneamente, a objetividade e a subjetividade de quem participou diretamente da proposta pedagógica ou de quem está a observar. É necessário perceber a complexidade dos fazeres educativos, pensar e (re)pensar sobre eles, escutando a realidade, as vozes, as ações, reconhecendo as linguagens, os embates, as problematizações.

Documentar é tornar visível, materializar o olhar interpretativo de quem narra os gestos, as palavras, as ações da professora, do professor e das crianças. É (trans)ver a escola, é possibilidade de qualificar a articulação da teoria com a prática pedagógica.

Documentar é dialogar com a ação docente, com as aprendizagens das crianças e dos professores e construir uma ética coletiva.

Documentar é a possibilidade de construir identidades, culturas da infância e da docência, da escola, a partir do refinamento do olhar, pelas referências conceituais/teóricas de quem observa, escuta, interpreta e documenta.

As documentações pedagógicas narram experiências vividas por um grupo de alunas do curso de Pedagogia no desenvolvimento do Projeto Integrador, realizado no 2º semestre de 2019.

- COM OLHOS DE CRIANÇA

- DIFERENÇAS E ENCANTAMENTOS

- NAS ASAS DO MEU LIVRO

- O PLÁSTICO BOLHA PARA BRNCAR E CRIAR

- UMA HISTÓRIA, SENTIMENTOS E EMOÇÕES

Para quem quer saber mais sobre documentação pedagógica, vale a pena investir no estudo dessas referências:

CERON, Lilian e JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de Andrade. Registro e documentação pedagógica na Educação Infantil. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/171137/001055784.pdf?sequence=1 <acesso em 15/07/2022>

CHILDREN, Reggio. As cem linguagens em mini-histórias: contadas por professores e crianças de Reggio Emilia. Porto Alegre: Penso, 2020.

FORMOSINHO, Júlia Oliveira; PASCAL, Christiane e outros. Documentação pedagógica e avaliação na Educação Infantil: um caminho para a transformação. Porto Alegre: Penso, 2018.

MARIOTTI, Ana Teresa Gavião e outras. Documentação pedagógica: caminhos para continuidade e identidade da escola. São Paulo: In House, 2019.

MELLO, Suelly Amaral; BARBOSA, Maria Carmen Silveira e FARIA, Ana Lúcia Goulart. Documentação Pedagógica - teoria e prática.

MELLO, Suelly Amaral e VALVERDE, Sonia Larrubia. Documentar: um novo olhar. Campinas: Pedro & João, 2021.

MENDONÇA, Cristina Nogueira. A documentação pedagógica como processo de investigação e reflexão na Educação Infantil. Tese de Doutorado. UNESP-Marília. 2009. Disponível em https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/Educacao/Dissertacoes/mendonca_cn_do_mar.pdf <acesso em 15/07/2022>

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Registros na Educação Infantil - pesquisa e prática pedagógica. Campinas: Papirus. 2017.

PINAZZA, Monica Appezzato e FOCHI, Paulo Sérgio. Documentação pedagógica: observar, registrar e (re) criar significados. Revista Linha. Florianópolis, v. 19, nº 10, p. 184-199, maio/ago 2018. Disponível em www.revista.udesc.br <acesso em 15/07/2022>

PROENÇA, Maria Alice. O registro e a educação pedagógica: entre o real e o ideal… o possível. São Paulo: Panda, 2021.