Entre ir e vir, o ato de ler
| Arquivado em: WlaSan.
Profa. Maura Bolfer
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente vai pra nunca mais
Tem gente que vai e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
São dois lados
Da mesma viagem
(Milton Nascimento e Fernando Brant)
imagem: Acervo |
Se nos determos à ilustração, podemos inferir que leitura é o ato de aquisição de saberes. Até porque o contexto onde se lê, uma biblioteca, carrega consigo a representação do lugar dos saberes. O uniforme das alunas, a aparência de concentração e, de certa forma o olhar interessado os livros, nos levam à imagem de leitura vinculada à informação, à formação.
Porém, podemos ir além da imagem. Podemos dizer que leitura talvez seja uma “atividade de aquisição de saberes”, “percepção das relações entre texto e contexto”, “ato de decifrar”, “atribuição de sentidos”, “instrumento de aprendizagem”, “ação intelectiva e cultural, posicionamento político diante do mundo” ou, ainda, “uma operação de caça”. É tudo isso e algo mais.
Como se lê?
Uns, “com os olhos”, outros “com a cabeça”, outros “com o que traz no ventre”, outros “com o corpo”.
Uns, “com os olhos”, outros “com a cabeça”, outros “com o que traz no ventre”, outros “com o corpo”.
Quais as formas de leitura?
Há diversas possibilidades. Pode ser “dinâmica”, “comprovada”, “declarada”, “automática”, “rápida”, “oral”, ou “silenciosa”...
Há diversas possibilidades. Pode ser “dinâmica”, “comprovada”, “declarada”, “automática”, “rápida”, “oral”, ou “silenciosa”...
Estabelecendo Relações
É possível aproximar “Encontros e Despedidas”, de Milton Nascimento e Fernando Brant do assunto leitura. Assim como há dois lados da “mesma viagem”, na leitura também há a interação de dois contextos: do texto e do leitor. O texto também traz dois lados: o real e o invisível. O real, presente na materialidade, torna-se visível, inteligível. O invisível, contido na subjetividade do texto, apresenta o interdito no visível.
É possível aproximar “Encontros e Despedidas”, de Milton Nascimento e Fernando Brant do assunto leitura. Assim como há dois lados da “mesma viagem”, na leitura também há a interação de dois contextos: do texto e do leitor. O texto também traz dois lados: o real e o invisível. O real, presente na materialidade, torna-se visível, inteligível. O invisível, contido na subjetividade do texto, apresenta o interdito no visível.
Nessa interação, texto/leitor, é preciso considerar o suporte do texto e o repertório do leitor. O suporte, de certa forma, anuncia consigo o que está/será dito, carrega consigo informações e formações. O leitor, carrega consigo o contexto, os fatores emocionais/fisiológicos, o repertório e a intenção, que possibilitam a compreensão/interpretação.
É por conta dessa interação, das relações aí estabelecidas que a leitura pode ser múltipla, e não única, sendo construção de sentidos e redescoberta de significados. Isso é possível porque quando se lê, parafraseando Paulo Freire, o que é vivido, o que se tem como repertório, interfere na produção de sentidos, ou seja, a leitura de mundo precede a leitura da palavra.
É nesse movimento que as propostas de leitura, trabalhadas nas diversas disciplinas do curso de Pedagogia da WlaSan, pretendem desenvolver nas futuras professoras: a leitura de mundo.
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