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O futuro do professor leitor: a necessidade da literatura no curso de Pedagogia.

“O espaço de leitura privilegiado é a escola, responsável por transmitir um corpus literário limitado, ordenado e valorizado segundo uma tradição uniforme, essencialmente literária'' (COLOMER, 2007,p.23 apud. IPIRANGA, 2019, p.107). 

Avaliação Educacional: um caminho para orientar alunos e professores no processo de ensino e aprendizagem.


Autoria de Rhayza Vassão, aluna do 5º Semestre do curso de Pedagogia da Faculdade Wlademir dos Santos "WlaSan"


A avaliação educacional é um conceito amplo e se relaciona a muitas práticas pedagógicas, mas sabemos que é uma tarefa didática fundamental no trabalho do educador: ela auxilia os movimentos do processo de ensino e aprendizagem e refletem dados quantitativos e qualitativos da aprendizagem dos alunos. A aprendizagem é um processo pelo qual o ser humano desenvolve conhecimentos, habilidades, comportamentos e valores. Esse processo acontece em função das interações do sujeito com o novo ambiente, das experiências trocadas com as pessoas ao seu redor, da observação e do estudo. Sendo assim, a avaliação é o ato de refletir, é o movimento, é a ação e reflexão, podendo ser sinônimo de estimativa ou apreciação. 

Diante disso existem três conceitos: Medir, Testar e Avaliar.

  Trata-se de uma forma de avaliar o desempenho e desenvolvimento do indivíduo com ferramentas diversas, servindo assim para acompanhar o processo de evolução do educando. Esse processo é constante e está em prática a todo momento, não apenas nos momentos avaliativos previstos no calendário escolar.

Para acompanhar o processo de evolução (desempenho e desenvolvimento do aluno) a avaliação educacional, aborda conceitos de avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa.

A Avaliação Diagnóstica tem a função de diagnosticar e o propósito de verificar a presença ou ausência de pré-requisitos para novas aprendizagens. Detectar dificuldades específicas de aprendizagem, tentando identificar suas causas. Deve ser aplicada no início do ano ou semestre letivos, ou no início de uma unidade de ensino.

A Avaliação Formativa tem a  função de controlar e o propósito de constatar se os objetivos estabelecidos foram alcançados pelos alunos. Fornecem dados para aperfeiçoar o processo de ensino aprendizagem. Deve ser aplicada durante o ano letivo, isto é, ao longo do processo ensino aprendizagem.

A Avaliação Somativa tem a função de classificar, sendo assim possui o propósito de classificação de resultados de aprendizagem alcançados pelos alunos, de acordo com níveis de aproveitamento estabelecidos. Deve ser aplicada ao final de um ano, semestre letivo ou ao final de uma unidade de ensino.

Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, citado por LIBÂNEO (1991; p 196) "a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho."

Já para GOLIAS (1995; p 90) a avaliação é "entendida como um processo dinâmico, contínuo e sistemático que acompanha o desenrolar do ato educativo". Dessa forma, o processo de avaliação faz parte do processo escolar como um todo. Do início ao fim, o aluno está sendo avaliado e não devemos encarar estas avaliações de forma negativa ou classificatória, mas sim como um instrumento, um “termômetro” para medirmos a qualidade do ensino oferecido.

Piletti,(1986; p 190) define o conceito de  avaliação como "um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento dos alunos, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas de planificação do trabalho e da escola como um todo".

Tendo em vista os aspectos observados, a avaliação tem função social e pedagógica, não apenas classificatória. É necessário romper com a ideia de que a avaliação serve para aprofundar as desigualdades entre os alunos, mas utilizada em prol do mesmo. LIBÂNEO (1991; p 196) define a "avaliação como uma componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, a determinar a correspondência destes com os objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes". Professores e gestores escolares, utilizam-se das avaliações também como forma de verificação do trabalho escolar: quais medidas serão tomadas para abordar determinados conteúdos que estão defasados? A sala consegue acompanhar no mesmo ritmo? É necessário enxertar reforços em determinados pontos que apresentam falhas? Essas perguntas são respondidas pela avaliação. 

Refletindo sobre o nível de trabalho do professor com o aluno, a  avaliação insere-se não só nas funções didáticas, mas também na própria dinâmica e estrutura do Processo de Ensino e Aprendizagem (PEA).




Referências bibliográficas: 

LIBÂNEO, José (1985); A Prática Pedagógica de Professores da Escola Pública. São Paulo.

PILETTI, Nelson (2000); Psicologia Educacional, Editora Ática, 17ª Edição, São Paulo

SILVA, Vilson Ferreira da. A Avaliação da aprendizagem escolar no ensino fundamental, Florianópolis: Bookess Editora, 2010.

GADOTTI, M. Uma escola para todos os caminhos da autonomia escolar. Petrópolis: Vozes, 1991.

Residência Docente, o que é?!


Que a Faculdade Prof. Wlademir dos Santos, popularmente conhecida como Wlasan, tem uma parceria com o Colégio Uirapuru, a grande maioria já sabe. Mas vocês sabem como essa parceria acontece no dia-a-dia escolar? O Colégio funciona como uma escola de aplicação, ou seja, os estudantes da faculdade atuam diretamente dentro da escola, como um grande laboratório vivo e podem colocar em prática muitas teorias vistas em sala de aula.  Essa modalidade “permite que o graduando experimente o fazer pedagógico, durante sua trajetória de formação” (FREITAS,M. et.al., 2020, p.2)

O vínculo entre estudante e estágio parte do pressuposto de que ao longo dos quatro anos de graduação, o educando estará vinculado ao estágio docente, passando por todas as etapas que compõem o currículo do Pedagogo: Educação Infantil, Ensino Fundamental: anos iniciais e Gestão Pedagógica, sempre com o apoio de um professor preceptor, ou seja, um profissional que orientará a prática pedagógica deste educando, dentro da residência docente; normalmente, esse papel é desempenhado pelas professoras e professores titulares das turmas e disciplinas em que os estudantes da faculdade são designados.  


Pode-se dizer que o motor que anima e dá sentido ao estágio – tanto na Pedagogia como nas demais licenciaturas – é a busca da relação contínua – possível e necessária – entre os estudos teóricos e a ação prática cotidiana. [...] Importa analisar o que acontece, como, por que, onde, com quem e quando acontecem determinadas situações buscando um novo sentido diante do que está sendo observado e apreendido no processo junto à realidade observada (CALDERANO, 2012, p. 251, apud. FREITAS,M. et.al., 2020, p.2).

 

Esse processo de vínculo às práticas pedagógicas é uma forma de garantir que o estudante irá participar, aprender e compartilhar conhecimentos pedagógicos desde o princípio do curso e assim compreender com clareza as teorias suscitadas na graduação.

 

Segundo as “Diretrizes Curriculares Nacionais de Pedagogia, as formações para pedagogos devem ter, no mínimo, 2.800 horas de efetivo trabalho acadêmico, compreendendo, pelo menos, 300 horas de estágio supervisionado [...]” (ANTHONY, Igor, 2020). A proposta de residência docente da Faculdade Profº Wlademir dos Santos, oferece, na prática, mais de 6 mil horas de estágio remunerado e concomitante à graduação. Semestralmente, os estudantes apresentam relatórios de estágio aos professores da instituição de ensino, além dos debates travados durantes as aulas, que levantam temas vistos durante o dia-a-dia escolar. Para complementar a formação acadêmica, os estudantes ainda entregam, a partir do quarto semestre, 100 horas complementares, realizadas em práticas culturais e sociais. Juntamente a todos esses benefícios, a infraestrutura da “escola-laboratório” e da faculdade proporcionam um desenvolvimento integral das habilidades e saberes necessários à docência. 

Veja o relato abaixo, de uma ex-aluna que hoje atua como professora dentro do Colégio Uirapuru: 


Poder realizar a residência docente ao longo do processo de graduação é aprender na prática as teorias estudadas ao longo do curso, além disso, é também possível perceber a docência como um ato de generosidade e trocas constantes. Dessa forma afirmo que estar em um local de aprendizagem e se relacionar com pares mais experientes é fundamental para exercer a profissão e sentir confiança quando assumimos nossa primeira sala de aula.

Verônica Senhuk, atualmente professora do 2º ano do Fundamental, no Colégio Uirapuru. 





Referências:


ANTHONY, Igor. Existe estágio remunerado em pedagogia? Veja se os futuros pedagogos encontram estágios remunerados na área. Educa Mais Brasil, 07 ago. 2020. Disponível em:  https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/pedagogia/noticias/existe-estagio-remunerado-em-pedagogia. Acesso em: 23 fev. 2021.


FREITAS, M.; FREITAS, B.; ALMEIDA, D. Residência pedagógica e sua contribuição na formação docente. Ensino em Perspectivas, v. 1, n. 2, p. 1-12, 1 jul. 2020. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/4540. Acesso em:  23 fev. 2021.

CARACTERÍSTICAS DO BOM GESTOR


| Arquivado em: WlaSan.

Profa. Maura Bolfer

Nos dias atuais a ênfase do trabalho escolar está ancorada nos processos de ensino-aprendizagem, finalidade maior de todo o esforço a ser despendido. Essa ideia representa um novo olhar para a escola e, consequentemente, uma nova postura diante dos atores escolares e do que deve ser realizado, pois subordina o caráter administrativo ao pedagógico. Isso se dá porque a aprendizagem dos alunos é a principal razão de ser da escola.


imagem: www.flickr.com

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) trata a escola e o aluno com uma ênfase que não havia sido ainda dada pelas leis que a antecederam. Ao fixar diretrizes para organizar a educação nacional, sua principal característica é a flexibilidade. Essa característica indica regras comuns a serem observadas em todos os sistemas de ensino bem como as diversas possibilidades de organização da escola e do trabalho escolar. Desse modo tende a atender as diferenças regionais e locais.
Os sistemas educacionais, como um todo, e as escolas, como unidades sociais especiais, são organismos vivos e dinâmicos. Ao serem vistas como organizações vivas, caracterizadas por uma rede de relações entre todos os elementos que nelas atuam ou interferem, a sua administração demanda um novo enfoque de organização e é a esta necessidade que a gestão escolar procura responder. Ela abrange, portanto, a dinâmica das interações, em decorrência do que o trabalho, como prática social, passa a ser o enfoque orientador da ação de gestão realizada na escola.
A lei atribui ao estabelecimento – vale dizer ao profissional ou aos profissionais que o gerenciam – uma autonomia inédita no quadro institucional da educação brasileira. Essa autonomia, cuja expressão operativa é o direito de formular e executar um projeto pedagógico próprio, não poderá ser alcançada sem uma gestão escolar sintonizada com as demandas sociais, capaz de liderar o exercício coletivo que será a negociação sobre os objetivos, meios e indicadores de resultado que cada escola identificará para cumprir sua missão, nos termos da lei. A tarefa técnica que será trabalhar conteúdos curriculares de modo a garantir aprendizagem para todos, que são distintos e diversos, exigirá o aporte dos conhecimentos e da liderança pedagógicos que se espera do especialista.
Nesse contexto, um diretor de escola é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade capaz de gerar unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e na formação de seus alunos. Para tanto, em seu trabalho, presta atenção a cada evento, circunstância e ato, como parte de um conjunto de eventos, circunstâncias e atos, considerando-os globalmente, de modo interativo e dinâmico.


Os processos de construção das aptidões cognitivas e atitudinais necessárias ao gestor escolar alicerça-se em três pilares: o conhecimento, a comunicação e a historicidade. O conhecimento é o objeto específico do trabalho escolar. Portanto, a compreensão profunda do processo de (re)construção do conhecimento no ato pedagógico é um determinante da formação do gestor escolar. O segundo eixo de sua formação é a competência de interlocução. A competência linguística e comunicativa é indispensável no processo de coordenação da elaboração, execução e avaliação do projeto político-pedagógico. É fundamental a competência para a obtenção e sistematização de contribuições, para que, no processo educativo escolar, a participação seja efetiva pela inclusão das contribuições dos envolvidos, inclusive, em documentos (re)escritos. O terceiro eixo é sua inscrição histórica. A escola trabalha o conhecimento em contextos históricos específicos e determinados. O reconhecimento das demandas educacionais, como também das limitações, das possibilidades e das tendências deste contexto histórico, no qual se produz e se trabalha o conhecimento, é fundamental para o seu impacto e o sentido da prática educativa e para sua qualidade.
Esse cenário não tem apenas impacto pedagógico, mas afeta a gestão da escola e todas as demais funções de apoio ao trabalho pedagógico e à docência. Do especialista se exigirá que seja informado do que se passa em seu contexto imediato e longínquo, que estimule a abertura da escola e do currículo para os demais espaços de acesso ao conhecimento, que lidere a equipe no mar de incertezas que o novo paradigma de conhecimento está agitando para todos os educadores.
Gerenciar, coordenar, orientar na escola básica exigem outras competências e habilidades dos profissionais. Além da participação e da gestão democrática – conquistas que sempre deverão ser zeladas e consolidadas – a escola agora terá que transformar a gestão do currículo em gestão de conteúdos aos quais novos significados estão continuamente sendo associados, conhecimentos em revisão permanente, que se ampliam e se expandem até as fronteiras de outras áreas e agregam-se a valores que mudam dependendo do contexto.  
Desempenham papel decisivo os dirigentes, os gestores escolares e os especialistas de apoio à docência, para a efetiva execução das políticas. Eles têm a complexa tarefa de assistir institucional e tecnicamente a transposição, para o ambiente educativo específico de cada escola, das normas estabelecidas e dos recursos técnicos e financeiros disponibilizados pelas políticas.
Essa transposição requer acompanhar o desenvolvimento do setor educacional do ponto de vista macro, manter-se atualizado e informado quanto aos programas, materiais e outros recursos disponíveis, avaliar a oportunidade de seu uso no tempo e no espaço da escola, buscar sinergia entre eles, evitar duplicações, em resumo, gerenciar estrategicamente a implementação das políticas no chão da escola. Tais tarefas que não podem ser executadas pelos professores que têm sob sua responsabilidade a gestão cotidiana da sala de aula e da aprendizagem.  

Um gestor escolar tem, precisa considerar em sua qualificação, o conhecimento do contexto histórico-institucional no qual e para o qual atua. Dessa forma, a gestão da escola é um lugar de permanente qualificação humana, de desenvolvimento pessoal e profissional.


Diante desse quadro algumas exigências podem ser elencadas no que diz respeito à qualificação dos gestores:
a) Formação básica sólida em educação, compreendendo o domínio das ciências que lhe dão fundamentação.
b) Qualificação científica e técnica em gestão de instituições.
c) Formação continuada, visando associar conhecimentos e experiências, e aprimorar o desempenho pessoal e institucional.
São orientadores desse processo de qualificação as concepções de educação que visam à formação para a autonomia das pessoas e das instituições; a visão de futuro e de empreendedor; a formação para a gestão centrada na liderança e nos processos de coordenação de instituições educacionais.

No que se refere ao gestor escolar, vejamos algumas características fundamentais:
·   Liderar e contextualizar a construção da identidade da escola;
·   Garantir o trabalho coletivo liderando a colaboração dos saberes criando a inteligência coletiva, provocando a sinergia e colocando em sintonia a proposta pedagógica da escola;
·   Coordenar, mediar a construção, execução e avaliação da proposta pedagógica, em sintonia com o contexto sócio-político;
·   Incorporar a diversidade no ambiente escolar com alunos e equipe garantindo, assim, melhores condições para o ensino de boa qualidade para todos e uma gestão mais democrática e participativa;
·   Qualificar e parametrizar a autonomia. Estabelecer espaços para o exercício da autonomia estimulando a iniciativa e a criatividade, considerando as leis e as políticas educacionais;
·   Liderar o processo de construção da identidade da escola considerando a política educacional, a realidade dos alunos e do entorno da escola;
·   Liderar a elaboração da proposta pedagógica e o plano de desenvolvimento da escola;
·   Assessorar o processo de construção de indicadores de avaliação de aprendizagem;
·   Supervisionar a execução da proposta pedagógica;
·   Responder pela execução do plano de desenvolvimento da escola, inclusive aspectos de infra-estrutura e financeiros;
·   Implementar estilo de gestão aberto à diversidade de alunos e de membros da equipe escolar;
·   Identificar problemas e buscar soluções dos mesmos;
·   Promover a iniciativa e a autonomia de sua equipe;
·   Contribuir para a construção da identidade da escola, oferecendo subsídios das ciências que fundamentam a educação;
·   Coordenar diferentes saberes promovendo a articulação entre as áreas do conhecimento do currículo;
·   Gerenciar o processo de construção e partilha dos diferentes conhecimentos e saberes da equipe;
·   Gerenciar a preparação e a execução da proposta pedagógica e do plano curricular;
·   Incentivar, apoiar e monitorar a reflexão sobre a sala de aula, a prática didática e a avaliação do ensino e da aprendizagem;
·   Zelar pela autonomia pedagógica e didática de sua equipe;
· Contribuir para a construção da identidade da escola oferecendo subsídios quanto aspectos de aprendizagem e orientação para o trabalho;
·   Colaborar no processo de construção e partilhamento do conhecimento na equipe;
·   Colaborar, com o coordenador pedagógico, no planejamento e execução da proposta pedagógica e do plano curricular;
·   Colaborar na elaboração e implementação de programas e ações educativas  para alunos com deficiência;

·   Elaborar programas e ações de orientação e formação profissional.